Criticas ao Barbeiro de Sevilha  

Posted

"O Barbeiro de Sevilha" - A Revolução a rir

No Auditório Lourdes Norberto, cruzam-se as emoções do Teatro e as palavras de liberdade que marginam todo o percurso de Beaumarchais.
Em "O Barbeiro de Sevilha", que Armando Caldas põe à medida do palco de Linda-a-Velha, são os aromas dessa liberdade que enchem a sala de um grito feito da sátira mortífera e premonitória que identifica o autor à porta da Revolução Francesa. Rosina (Neca Tomás) e Bártolo (Fernando Tavares Marques), a jovem e o velho tutor prepotente e possessivo, servem o pleno da metáfora de um poder gasto, caduco e condenado, que a solidariedade revolucionária e a inteligência de Fígaro (Hélder Anacleto) aniquila e reduz ao ridículo de todas as formas de ditadura, impondo a verdade livre, elevada à paixão do Conde de Almaviva (Miguel de Almeida).
Adaptado por Christophe Laubin, traduzido de Dulce Moreira, com dramaturgia e encenação de Armando Caldas, "O Barbeiro de Sevilha" confirma em Linda-a-Velha a verdade universal e a intemporalidade do Teatro.
"Só é possível corrigir os homens, fazendo-os ver-se tais como são". A citação é do próprio Beaumarchais e, da transição do desenho rítmico da comédia francesa do século XIX para o Intervalo Grupo de Teatro, em Linda-a-Velha, subsistem no texto do autor todos os valores, que Armando Caldas arruma no tempo.
O espectáculo é obrigatório e está em cena até Abril, às sextas e sábados, às 21h.30, e às 16.00 horas, todos os domingos.

Carlos A. Saraiva em Jornal de Oeiras

This entry was posted on 7 de março de 2007 at 3/07/2007 . You can follow any responses to this entry through the .

0 comments